Os últimos dias têm sido de tensão no mercado. Na sexta-feira, as bolsas americanas perderam US$ 2 trilhões em valor após Trump anunciar tarifas de 100% contra a China, reacendendo o temor de uma guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta.
A medida imposta pelo presidente americano foi uma resposta à decisão de Pequim de restringir a exportação de terras raras — conjunto de 17 elementos químicos fundamentais em tecnologias modernas.
Mas por que isso é tão importante?
A China domina 70% da mineração, 90% do processamento e 93% da produção de ímãs de terras raras — insumos essenciais em tudo, desde smartphones até caças avançados. Mesmo países que extraem essas matérias-primas primeiro geralmente dependem da China para o refino, o que gera vulnerabilidade estratégica.
Para os EUA, isso é um risco direto à segurança nacional — afinal, boa parte da tecnologia usada em armas, satélites e sistemas de defesa depende desses materiais. Na prática, a disputa não é apenas comercial — é estratégica. Quem controla as terras raras controla parte importante do futuro tecnológico e militar global.
Nesse contexto, quem pode se dar bem é o Brasil, que possui a 2ª maior reserva mineral de terras raras do mundo, embora não produza nem refine quase nada atualmente.
O mercado agora aguarda com cautela os próximos passos desse embate. Ontem, o Ministério do Comércio chinês disse não temer uma briga com os americanos, enquanto Trump afirmou que os EUA “querem ajudar a China, não prejudicá-la”.