O governo Lula sofreu uma das maiores derrotas do ano no Congresso. A Câmara dos Deputados deixou expirar a medida provisória que aumentava tributos e buscava reforçar a arrecadação federal.
A MP sequer foi votada no mérito — os deputados, em sua maioria do Centrão, aprovaram sua retirada de pauta por 251 votos a 193. O texto expirou à meia-noite, após não ser votado também pelo Senado.
Enviada em julho, a medida previa uniformizar em 18% o IR sobre aplicações financeiras, incluindo criptomoedas, e elevar a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido das fintechs de 9% para 15%. O governo argumentava que as medidas eram essenciais para cumprir a meta fiscal, mas enfrentou resistência até entre aliados.
O PT reagiu, classificando o resultado como “sabotagem política” articulada pela oposição e pelo governador Tarcísio de Freitas. Nas palavras de Lula, a oposição impôs uma “derrota ao povo brasileiro”.
Enquanto isso, críticos à medida comemoraram o desfecho da MP, ao afirmar que o governo deve atingir a meta das contas públicas cortando gastos, e não aumentando alíquotas.
Com o vencimento da MP, o Planalto calcula um rombo de R$ 35 bilhões nas contas de 2026 e deve bloquear R$ 10 bilhões em emendas parlamentares já em 2025.