O final de semana começou com uma bomba no cenário político brasileiro. O sol estava começando a raiar no sábado quando Moraes determinou a prisão preventiva de Bolsonaro.
De acordo com o ministro, dois pontos foram fundamentais para sua decisão:
1 -A tentativa de violar a tornozeleira eletrônica. Durante a madrugada, o equipamento emitiu alertas, e agentes da PF registraram em vídeo o aparelho danificado. No próprio registro, Bolsonaro admite ter usado um ferro de solda no dispositivo;
2 – A vigília convocada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio do pai. Para Moraes, o ato criaria aglomeração, risco físico e repetiria a lógica de mobilização digital que marcou os “atos antidemocráticos” de 2022.
Em sua defesa, Bolsonaro disse ter tido um “surto” provocado por medicamentos, citando pregabalina e sertralina. Ele negou qualquer tentativa de fuga e afirmou que mexeu no aparelho por paranoia e falta de sono.
A audiência de custódia realizada ontem manteve a prisão do ex-presidente, que permanece nessa cela na superintendência da PF.
O que dizem os aliados e opositores de Bolsonaro
Aliados
A base do ex-presidente se dividiu na argumentação para contrariar a prisão preventiva. Flávio Bolsonaro e alguns parlamentares classificaram a prisão como uma “perseguição religiosa”.
Já o pastor Silas Malafaia, figura fiel a Bolsonaro, chamou a decisão de “cortina de fumaça” para encobrir o caso do Banco Master, que possui ligação com a esposa de Moraes.
Outros aliados questionam o critério usado pelo ministro, que não mandou prender o ex-presidente Collor depois dele ter ficado 36 horas com a tornozeleira eletrônica desligada.
Opositores
Parlamentares de esquerda comemoraram a decisão, com memes postados em redes sociais e algumas manifestações espalhadas pelo Brasil.
Mensagens enviadas a militantes e influenciadores em grupos ligados ao PT pedem foco em “todos os crimes” atribuídos ao ex-presidente, sugerindo relembrar sua conduta na pandemia e o tarifaço anunciado pelos EUA.
Já o presidente Lula não quis entrar em muitos detalhes sobre o caso. Segundo ele, “Justiça decidiu, está decidido. Todo mundo sabe o que ele fez”.
O que vem pela frente
Nesta segunda, a Primeira Turma do STF decide se mantém ou revoga a prisão preventiva.
Paralelamente, Bolsonaro e seus aliados têm até hoje para apresentar os últimos recursos contra a condenação pela chamada “trama golpista”.
Com pena superior a 27 anos, se os recursos forem rejeitados, Bolsonaro deve emendar a prisão preventiva com o início da pena em regime fechado nos próximos dias.
