Em 2023, o governo federal lançou o plano Ruas Visíveis, prometendo investir R$ 1 bilhão por ano em frentes como segurança alimentar e habitação — tudo com o objetivo de diminuir o número de moradores de rua do país. Mas parece que a estratégia não deu muito certo, pelo menos é isso que mostram os números.
Dados do governo indicam que 350 mil pessoas vivem em situação de rua, mais do que o dobro dos 144 mil registrados em 2019. É o maior número desde o início da série histórica, em 2010; O perfil predominante é de homens (84%), negros (69%) e adultos entre 30 e 59 anos (70%).
De acordo com especialistas da UFMG e do Ipea, a crise econômica, a inflação e o déficit habitacional são alguns dos principais fatores para o aumento de pessoas na rua. Outro ponto relevante é que a retirada dessas pessoas ficou mais difícil desde 2023, quando o STF proibiu remoções forçadas desses indivíduos.
Em julho, a ONU retirou o Brasil do mapa da fome, e o país vive o menor nível da pobreza da série histórica, segundo dados do IBGE. Mas as ruas contam outra história.