A afirmação é do Observador Meteorológico da Embrapa Trigo, de Passo Fundo, Ivegdonei Sampaio. Em entrevista na manhã desta quarta-feira, dia 14 de maio, ele falou sobre o tradicional veranico de maio, que consiste em períodos de estiagem com calor intenso. No planalto gaúcho já é possível observar temperaturas mais baixas pela manhã, com elevação ao longo do dia, má distribuição das chuvas e formação de nevoeiro.
Sampaio falou também sobre as condições climáticas dessa semana no planalto gaúcho. Segundo os prognósticos, não há previsão, pelo menos até o domingo, dia 18 de maio, de chuvas expressivas. Mesmo assim, não é possível afirmar que maio deverá terminar com precipitação abaixo da média. Ele explica que tradicionalmente os meses de abril e maio são os de menor média histórica com relação ao volume de chuvas, variando entre 100 e 115 milímetros.
Da metade do mês de maio em diante é possível que as temperaturas mínimas tenham um declínio e depois do dia 20, a formação de geadas precoces. Sampaio lembra que em anos anteriores já aconteceu, entre os dias 25 e 30 de maio, o registro de temperaturas negativas. Ele aponta que a característica é normal, pela transição do outono para o inverno ocorrer já no final de maio. No planalto, ainda não houve o registro de temperaturas abaixo de sete graus, neste mês. Isso indica que as mínimas estão tendo um comportamento ainda acima da média.
Com relação ao El Niño, o fenômeno deve chegar no RS, no segundo semestre de 2014, trazendo chuvas acima da média, na metade do inverno e em toda a primavera. Lembrando que a estação da primavera na região sul do Brasil é a que apresenta mais precipitação. As chuvas acima da média não representam boa condição climática para as culturas de inverno.
Para Sampaio, os agricultores tem que torcer para que o El Niño não chegue com a mesma intensidade de 1983 e 1997, quando em Passo Fundo, no último ano citado, choveu 550 milímetros somente no mês de outubro.
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